quarta-feira, 26 de maio de 2010

Baralha | Imaginarius 2010

CRIAÇÃO IMAGINARIUS

Duração: 180 m
Data:27, 28 e 29 Maio
www.baralha.com

A partir de um convite feito por Renzo Barsotti (Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua) ao criador Marco Martins, no âmbito do projecto Desalojar a Exclusão, BARALHA pretende constituir-se como uma reflexão sobre as problemáticas da integração e mais concretamente sobre o modo de vida do acampamento cigano de Sanguedo, cujo nome dá o título ao projecto.

Um projecto pioneiro em que vários criadores, em coordenação com Marco Martins, trabalharam junto da população, dentro do próprio acampamento, na criação de pequenos trabalhos que constituem o itinerário deste espectáculo multidisciplinar, onde se cruzam vários olhares sobre esta realidade.

A Baralha é um acampamento constituído por dezasseis casas precariamente construídas, habitado por cerca de 70 pessoas de etnia cigana, todas de uma mesma família - os Monteiro - que há cerca de doze anos abandonou o seu tradicional modo de vida nómada para se sedentarizar neste terreno, junto de Sanguedo, subsistindo hoje em dia maioritariamente através do rendimento social de inserção, atribuído a cada uma das famílias. Trata-se de uma população em adaptação a esta nova realidade, mas ainda muito fechada sobre si mesma, em permanente processo de adaptação e mudança, constantemente receosa das agressões externas, daquilo que é exterior à sua cultura.

Foi aqui que, durante o período de aproximadamente um ano, tendo como ponto de partida uma reflexão sobre as problemáticas da integração e da livre interpretação do clássico de William Shakespeare ‘Romeu e Julieta’, Marco Martins fez a direcção artística de BARALHA, convidando vários artistas a participar no projecto e realizar workshops junto da população, dos quais resultaram as obras que constituem, em grande parte, o corpo dos trabalhos apresentados neste espectáculo, que tem como espaço expositivo o próprio acampamento da Baralha e as casas dos seus habitantes.

Filipa César, Clara Andermatt, Beatriz Batarda, Dinarte Branco, Fernando Mota, Nuno Pino Custodio e André Príncipe, cada um deles trabalhou com um determinado número de elementos do acampamento, optando por uma “estratégia” individual de abordagem formal. Desses encontros resultaram os vídeos expostos no acampamento, que documentam o processo e os seus resultados, constituindo apenas uma parte desta apresentação que terá ainda uma componente de música e performance.

Polémico e provocador, BARALHA revela-se um projecto transdisciplinar pioneiro, em vários sentidos, em que a arte sai dos habituais traços delimitados à sua actuação e se funde no espaço e tempo próprios da vivência de uma comunidade de pessoas com um estilo de vida singular e rodeado de estereótipos. Este enorme happening, se assim lhe quisermos chamar, estendeu a essência da performance à vida, em que a arte vive nas pessoas e as pessoas vivem – nem que por alguns dias – na arte.

BARALHA Ficha Artística Técnica

Ideia original do projecto: Marco Martins
Coordenação Artística do projecto: Marco Martins
Assistente de Marco Martins: Vanessa Patrício
Coordenadora de Produção: Susana Lamarão
Imagem Miguel Manso, Miguel Carvalho
Som Miguel Manso, Vanessa Patrício, Miguel Carvalho
Edição João Pedro Moreira

Concepção Cénica Artur Pinheiro

Assistente de Artur Pinheiro David Paredes

Desenho de Luz Nuno Meira
Digitalização de Imagens Taila Wang
Designers Catalogo/ Site Barbara says... Projecto Próprio

Sem comentários: