sexta-feira, 3 de abril de 2009

Projecto da FBAUP para o Imaginarius

Na realidade contemporânea inport — export é uma questão interiorizada, pertence a um passado que marca o ritmo da nossa vida actual, essa necessidade de troca comercial com relação directa à evolução económica, mas também cultural, no encontro/acordo/confronto das alteridades.

A necessidade de relações comerciais perdura nas bases fundamentais de todas as sociedades definidas pelos ideais civilizacionais da humanidade, definindo o evoluir colectivo mundial e de expressão aparentemente mais vincada nas mais actuais, ditas industriais, tecnológicas, da informação e da comunicação.

Importar e Exportar produtos, bens, serviços e cultura define o ritmo da nossa contemporaneidade no continuo elaborar do nosso futuro.

Apesar de podermos conceber uma sem a outra fica sempre implícito comunicação no receber do importar e no expedir do exportar.

É esta comunicação que importa e que coloca as relações comerciais como um dos mais típicos encontros entre os humanos e entre as culturas, parecendo não existir nada mais fundamental do que a ideia de troca apoiada por uma habilidade de comunicação que estreita diferenças e distancias.

Se existe acordo que arte é comunicação o desacordo é constante quanto ao seu valor comercial, logo implica que o plano de encontro entre indivíduos seja diferente na equação de troca de um produto artístico

Por outro lado, assume-se o produto artístico como o mais directo relato da esfera cultural do individuo e da comunidade de onde provem, e relaciona-se de modo directo a sua qualidade com a conquista de equilíbrio económico por parte desta, suspeitando que apenas uma comunidade rica é suporte para consciências artísticas de elevado valor.

Afinal, porque são estas que podem suportar um nível de troca comercial que permite cruzar no seu interior produtos artísticos de outras culturas, igualmente ricas, que contribuem para uma maior consciência de si, no sentido de uma evolução cultural.

Num outro sentido, os produtos artísticos, como elementos de comunicação privilegiada, necessitam de um acto “export”, para lá da sua esfera de criação, para a elevação ao estatuto de arte, através de aceitação/eleição dos outros, a exposição.

Não sendo à partida esse o sentido base do encontro entre alteridades que se origina a partir dai, da exposição, o sentido de comércio está presente, sendo que a diferença não reside no processo de encontro para troca e os seus cambiantes, mas na definição do produto assumida pela maioria – arte não é um bem de primeira necessidade.

Já agora faça-se um parêntesis para questionar: “o que é arte?”, logo: “o que é o produto artístico?”

Sem termos consciência do produto, no sentido da sua total definição, não se poderá definir com precisão uma estratégia de mercado, que resulte num comercio coerente e que actualmente, pelos valores morais vigentes, se requer justo.

Como diria um amigo, o Lino Teixeira: “a falta de estratégia é, em si, uma estratégia!”.

Utilizando esta lógica poderemos dizer que:

- a falta de uma definição do produto artístico é, em si, uma definição da arte;

- assumir que arte não é um bem de primeira necessidade é, em si, assumir que é uma necessidade;

- a não existência na arte de um comercio coerente é, em si, uma existência;

Onde nos leva este questionar? — Existe necessidade da arte e organizam-se comércios independentemente da sua indefinição!

Então o que será importante? — Expor os produtos artísticos, para instigar processo de aceitação/eleição por parte da alteridade, promovendo a troca e com isso, organizar um comercio que resultará num inport/export continuo e apoiará uma comunicação que estreita diferenças e distâncias.

Logo à que dizer: IMPORTª/EXPORT

Projecto em crescimento AQUI.

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