terça-feira, 17 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
Movimento pela Caixa das Artes JÁ! - Comunicado - 10 JUL 2012
O Movimento pela “Caixa das Artes JÁ!” congratula-se com a decisão da autarquia de Santa Maria da Feira, hoje divulgada através da Agência Lusa. Segundo comunicado desta agência noticiosa, terá caído a substituição integral do projecto Caixa das Artes pelo espaço do Europarque, obviamente desadequado à plataforma de criação.
Emídio Sousa, vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, afirmou que, agora, se pretende apenas «substituir a construção de raiz do Pólo 2 da Caixa das Artes, vocacionado para a exibição de espectáculos, pela instalação dessa estrutura no centro de congressos Europarque». Com isto, salvaguarda-se a premissa base deste movimento: a salvaguarda do projecto íntegro e coeso para a plataforma de apoio à criação em artes de rua e performativas, cuja definição do futuro esteve em dúvida ao longo dos últimos 3 meses. Ficará a salvo o Pólo I da Caixa das Artes (imagem 1), por sinal a estrutura base de todo este processo.
Imagem 1 – Caixa das Artes – Pólo I – Academia [NOV 2011]
[imagem Câmara Municipal de Santa Maria da Feira]
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Devemos recordar que o Pólo 2 nasceu numa fase posterior e bem mais tardia deste percurso (há cerca de ano e meio) rumo ao apoio à criação em artes de rua, dando mais valor à intenção de requalificar o Cine Teatro António Lamoso. Assim, mesmo salvaguardando o conceito essencial do projecto e tendo em conta que, para a exibição de espectáculos das mais diversas índoles o Europarque dará uma resposta adequada, devemos recordar que a eventual eliminação do Pólo 2 nunca poderá acontecer se não forem cumpridos 2 requisitos básicos:
i) a requalificação ambiental da Pedreira da Pena, com a sua ligação à cidade pela praça amplamente anunciada, assim como a possível utilização do espaço para a apresentação de projectos de artes de rua (do projecto original o palco/jangada seria um conceito a manter);
ii) o abandono da substituição do Cine Teatro António Lamoso nunca poderá acontecer sem a salvaguarda do devido investimento na requalificação do profunda do espaço, com a plena convicção de que sem uma intervenção profunda e estrutural esta sala corre o risco de se tornar obsoleta e desadequada ao mercado cultural, a curto prazo.
Esperamos que esta decisão não volte a ser temporária e que o prazo, já demasiado tardio, de «arranque da obra em meados de 2013» não volte a ser vítima de outro qualquer atropelo. No entanto, consideramos que a Feira, os artistas, as companhias e as estruturas não podem esperar até 2014 pelo funcionamento da plataforma de criação. Mesmo sem o espaço físico, a Caixa das Artes deverá iniciar a sua actividade o quanto antes, dando mais valor à produção local que enfrenta o desafio da exportação de projectos.
Acreditamos no futuro: acreditamos na Caixa das Artes JÁ!
O Movimento pela Caixa das Artes JÁ!
segunda-feira, 9 de julho de 2012
FIAR XII
13 DE JULHO
DAS 11H00 ÁS 20H00: Encontro/ Debate sobre o estado das Artes e Cultura, Cine-Teatro S. João
20H30 - ABERTURA OFICIAL na Casa Mãe Rota dos Vinhos, Beberete
21H00 - Inauguração da Expo De António Pimenta, Histórias Fora de Palco, com os actores da Crinabel; 22H00 - Estreia REPARTIÇÃO de Miguel Castro Caldas com encenação de Teresa Sobral, Anfiteatro do Parque do Castelo
23H00 - Concerto JUR, Largo de S. João, Espaço de convívio
14 DE JULHO
Das 17H00 ás 18H00 - ATELIER PARAÍSO por Marta Rego- Para crianças- Junto ao CAR
18H00 - Histórias sem Luz Eléctrica, Direcção de Sara Gonçalves - Espectáculo/ Atelier para Familias - Adega FIAR
19H00 - QUERO ABRAÇAR O CÉU, Direcção de Ana Piu (Clown) e Rita Judas (dança), com crianças e Núcleo de Pesquisa Clown - Miradoro da Portela
19H30 - BALANÇANDO, Direcção de Alberto Carvalhal e Graça Ochoa, com Grupo Coral e comunidade do Bairro ALENTEJANO - LARGO DA BOA VISTA
20H00 - NINGUÉM SABIA CONTAR AQUELA HISTÓRIA, Direcção de Sara Anjo com Sophie Leso - Largo do Lavadouro Municipal
20H30 - PASSAGEM - PIA, Instalação/ Performance - Largo de S. João
21H00 - BELA DONA - Texto de Pedro Eira, encenação, dramaturgia e interpretação de Renata Portas - Salão dos Bombeiros Voluntários de Palmela
22H00 - A SABOARIA, FIAR - Adega na Rua Vasco da Gama- Circo contemporâneo
23H00 - AIE. CRIDA COMPANY - Cine - Teatro S. João - Circo contemporâneo
24H00 - A RULOTE, Direcção de Nuno Nunes; Largo do Passo da Formiga
01H00 - BBC - Concerto . Largo S. João Espaço de Convívio
domingo, 1 de julho de 2012
Espectáculo português ganha prémio internacional
O espectáculo ‘Trio’, do FIAR – Centro de Artes de Rua de Palmela, acaba
de ganhar o Prémio de Melhor Interpretação do Festival TAC, de
Valladolid, Espanha. ‘Trio’, que tem interpretações de Nicolas Arnauld,
Flávio Santos e Sophie Leso, tem direcção artística desta última.
Nascida em 1982 em Verviers, na Bélgica, e formada em teatro, acrobacia,
técnicas de circo e dança, Sophie Leso tem trabalhado em Portugal nos
últimos anos - nomeadamente com os criadores Vera Mantero, Margarida
Bettencourt ou João Fiadeiro.
@ Correio da Manhã
terça-feira, 26 de junho de 2012
Vem aí o Festival do Norte
O FESTIVAL DO NORTE pretende fazer da criatividade o motor da
competitividade e da coesão do território da Região Norte, através da
valorização sustentada do seu património imaterial.
Este extraordinário recurso, que representa a memória e a identidade mais profunda da comunidade, constitui a matéria-prima sobre a qual se deseja intervir e, a partir da qual, se pretende produzir novos bens culturais e criativos com relevante valor social, cultural e económico. A partir de um trabalho de inventariação do património imaterial do território, que o torna mais visível e inspirador, serão desenvolvidas novas produções criativas, usando como criadores, actores e cúmplices um extenso leque de parceiros regionais, nacionais e internacionais, que nunca antes se tinham reunido num projecto desta natureza.
A implementação deste projecto terá ainda como resultado evidenciar o papel do território na produção de cultura e criatividade, suscitar e estimular o envolvimento activo dos jovens talentos criativos e acentuar a atractividade regional em simultâneo com a promoção dos seus recursos endógenos, a nível nacional e internacional.
Este extraordinário recurso, que representa a memória e a identidade mais profunda da comunidade, constitui a matéria-prima sobre a qual se deseja intervir e, a partir da qual, se pretende produzir novos bens culturais e criativos com relevante valor social, cultural e económico. A partir de um trabalho de inventariação do património imaterial do território, que o torna mais visível e inspirador, serão desenvolvidas novas produções criativas, usando como criadores, actores e cúmplices um extenso leque de parceiros regionais, nacionais e internacionais, que nunca antes se tinham reunido num projecto desta natureza.
A implementação deste projecto terá ainda como resultado evidenciar o papel do território na produção de cultura e criatividade, suscitar e estimular o envolvimento activo dos jovens talentos criativos e acentuar a atractividade regional em simultâneo com a promoção dos seus recursos endógenos, a nível nacional e internacional.
O Festival promovido pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal conta com financiamento no âmbito do QREN. A conferência de apresentação do
projecto, que conta com a direcção artística do CCTAR, terá lugar na
Douro Marina (Gaia), dia 28 de Junho pelas 15h. Para conhecer dia 1 de Julho pelas 15h30.
Na sua 1ªEdição, o Festival do Norte
apresentará projectos específicos para Vila Nova de Gaia (Afurada),
Viana do Castelo e Braga. Sabe-se que Joana Vasconcelos estará em destaque na Afurada e o realizador Marco Martins se encontra a produzir um projecto para Viana do Castelo. Já em Braga o conceito do italianos Teatro Potlach estará no centro das atenções.
Em Gaia, Joana Vasconcelos apresentará um projecto em plenas festividades de S. Pedro, uma instalação sobre o andor do santo.
Em Gaia, Joana Vasconcelos apresentará um projecto em plenas festividades de S. Pedro, uma instalação sobre o andor do santo.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
2012 sem Festival dos Oceanos
Há algumas semanas (diria meses) que a dúvida andava no ar... e confirma-se, em 2012 não haverá Festival dos Oceanos. O milionário festival de rua de Lisboa foi vítima da falta de sustentabilidade do projecto, assente em milionárias contribuições da autarquia e de um master sponsor. E voltamos a reduzir a lista dos projectos de rua com continuidade neste país.
Quando vamos compreender que as Artes de Rua não se resumem a projectos de fazer encher os olhos? Quando iremos compreender que das Artes de Rua poderemos extrair inúmeros conceitos, bem menos dispendiosos e tirar partido do produto nacional? Sim, apoio que os grandes projectos continuem a passar por cá... mas, se já aprendemos com eles, porque não temos oportunidade de criar?
Felizmente, parece que alguns olhos começam a abrir e pequenas montras de criatividade começam a nascer... oxalá as portas continuem a abrir e sem os habituais sinais de monopolização do espaço público.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Transe Express regressa a Portugal... com espectáculo repetido!
Há algumas semanas deixei críticas à lacuna das Artes de Rua na programação da Guimarães 2012. É verdade que desde o início se projectaram 5 capítulos encomendados ao CCTAR, que estabeleceu uma parceria com os catalães La Fura dels Baus. Certo é, também, que dessa parceria não veio nada para lá do "mais do mesmo"... apesar de espectáculos ditos "originais", na prática temos projectos "site-specific" utilizando as ferramentas base da companhia.
Há que dar valor à parceria com o FITEI, que afinal até envolveu, noutros moldes, o Imaginarius... mas pouco mais. Perdão, agora confirma-se o espectáculo isolado dos franceses Transe Express. Um projecto "multidisciplinar", assim a CEC2012 o apresenta, e alvo de imensa publicidade, como se de algo fenomenal se tratasse.
Na verdade falamos de um belíssimo espectáculo, um fabuloso projecto: o segundo da triologia das máquinas voadoras de Gilles Rohde. Problema, uma vez mais temos o "mais do mesmo". Este projecto foi apresentado em Portugal, HÁ 11 ANOS, no primeiro Imaginarius, curiosamente com alguma ligação à equipa actual da CEC, a mesma ligação que também trouxe ao Imaginarius a totalidade da triologia acima referida e o primeiro projecto, também com a mesma ligação, ao extinto TRIP, que afinal não passou da edição zero.
Outra curiosidade: a mesma companhia apresenta um novo projecto, que NUNCA ESTEVE EM PORTUGAL, e, esse sim, é absolutamente inovador, sem que esse tenha sido o seleccionado. Porque continuamos a cair no mesmo saco? Porque continuamos a afundar-nos no "mais do mesmo"?
Na verdade falamos de um belíssimo espectáculo, um fabuloso projecto: o segundo da triologia das máquinas voadoras de Gilles Rohde. Problema, uma vez mais temos o "mais do mesmo". Este projecto foi apresentado em Portugal, HÁ 11 ANOS, no primeiro Imaginarius, curiosamente com alguma ligação à equipa actual da CEC, a mesma ligação que também trouxe ao Imaginarius a totalidade da triologia acima referida e o primeiro projecto, também com a mesma ligação, ao extinto TRIP, que afinal não passou da edição zero.
Outra curiosidade: a mesma companhia apresenta um novo projecto, que NUNCA ESTEVE EM PORTUGAL, e, esse sim, é absolutamente inovador, sem que esse tenha sido o seleccionado. Porque continuamos a cair no mesmo saco? Porque continuamos a afundar-nos no "mais do mesmo"?
Ainda há uma semana o CCTAR apresentou em Lisboa um "inovador" projecto dos alemães Titanick... pois, há que recordar que a dita "inovação" fora apresentada no Imaginarius HÁ 10 ANOS.
Um país absolutamente curioso... de qualquer forma, para os interessados (sim, porque ainda não é desta que me deslocarei à capital do mais do mesmo) fica a nota. O espectáculo decorre este Sábado (16 Junho), no Largo do Toural.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Footsbarn Theatre @ FITEI 2012
Esta noite, o destino foi o Mosteiro de S. Bento da Vitória. O FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica abriu com Footsbarn Theatre.
A companhia apresentou o seu espectáculo "Indian Tempest", concebido em residência artística de 3 meses em Guimarães. Que dizer sobre o projecto? Uma cenografia memorável, imponentes figurinos, movimentações
perfeitas, uma banda sonora portentosa... enfim, um todo sublime, em que apenas faltou a tradicional tenda desta companhia de teatro nómada.
Pena o atraso burocrático que o
FITEI arranjou para que decorressem os discursos de abertura: ai Portugal que tu não mudas! Em resumo, depois da burocracia, foram 2 horas, com 10 actores e muita energia. Fabuloso!!!
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Santa Maria da Feira conquistou o Imaginarius
Doze anos passados desde a primeira edição, eis que
poderemos afirmar, definitivamente, que Santa Maria da Feira conquistou o
Imaginarius. O Festival Internacional de Teatro de Rua que nascera numa época
de vacas gordas cresceu nesses mesmos moldes, sem se desviar para um ritmo mais
caseiro e de produção própria, apoiado num número menos vasto de grandes projectos
internacionais, mas tirando deles o sumo e a inspiração para a componente
criativa local. Nos últimos anos, algumas tentativas foram feitas nesse
sentido, mas o conceito não colou. Dada a situação financeira a edição 2011 chegou
mesmo a ser posta em causa.
O festival vingou e adaptou-se à nova realidade. Mas a
mutação não ficou por aqui. Rumo à edição 2012 optou-se por um novo conceito,
uma nova direcção de conteúdos e um novo figurino para o festival.
Primeiro balanço: absolutamente positivo. Mesmo sem dar,
ainda, resposta a todos os pontos passíveis de melhora, o festival voltou a
crescer em número e qualidade das apresentações, reduzindo o impacto financeiro
dos macro-espectáculos. Nesta edição contamos apenas com um projecto dessa
envergadura, e um outro de dimensão mediana. Toda a restante programação se
construiu com base em espectáculos de dimensão mais pequena, dando destaque à
produção nacional e acima de tudo ao produto da casa. À 12ª edição, o
Imaginarius contou com 5 criações originais que envolveram mais de 1700 pessoas
da comunidade. Os feirenses falam agora no nosso Imaginarius… o festival deixou
de ser um produto alheio: concebido e gerido artisticamente por um projecto
paralelo, para passar a dar voz à comunidade e assumir-se no sentido de
pertença local.
Quanto a números: os mesmos três dias, mas com menos uma
noite e reforço da programação diurna; 70 apresentações de 37 companhias,
oriundas de 9 países; destaque para 4 estreias nacionais, 5 criações
Imaginarius e 14 projectos na programação off (Mais Imaginarius); por fim,
destaque ainda para alguns projectos que se auto-convidaram para o festival e saíram
à rua tal e qual fazem os originários artistas de rua… sem marcação e com o
chapéu à frente.
Tempo agora para uma análise mais profunda de alguns dos
pormenores desta edição:
i) Espaço Imaginarius
Há muito que defendo a criação de algo a este nível. A designação
parece-me perfeita, mas em 2012 foi apenas um espaço para artistas e
organização. Penso que no futuro seria de equacionar um alargamento deste local
ao público.
A localização é perfeita, então porque não apostar numa
espécie de mercado da criatividade? Centralizar workshops (em maior número),
conversas, partilhas e pequenos espectáculos nos vários espaços do mercado. Porque
não abrir as portas aos artistas de rua puros que queiram aparecer e participar?
Em paralelo, uma das maiores críticas que continuo a ouvir
do festival prende-se com a alimentação. Acredito que este espaço poderia dar
resposta, com a disponibilização de espaços para refeições ligeiras, snacks e
bebidas durante todo o festival.
ii) Novo figurino
Parece-me bem, mas duas noite sabem a pouco. A prospecção de
mercado, abraçando o nicho das famílias ao Domingo à tarde, com alguns ajustes,
parece-me bem conseguida. No entanto, um Imaginarius com duas noites parece que
sabe a pouco. E se em paralelo um encerramento ao fim da tarde de Domingo
acrescenta o mesmo sentimento, porque não prolongar um pouco mais o projecto no
Domingo e fechar às 20h/21h com um espectáculo macro ao anoitecer? Porque não
criar esse projecto por cá?
Aqui entra a Caixa
das Artes… uma estrutura em fase de concurso para o seu espaço físico, mas que
com as condições logísticas actuais pode e deve, desde já, avançar para o
terreno. Quero eu dizer que mesmo antes da obra concluída, esta estrutura
deve rapidamente decidir a sua concepção artística, avançando imediatamente
para a criação. Não fará qualquer sentido ter um edifício pronto e não haver em
curso trabalho que o possa ocupar no imediato.
Em resumo, gostaria de ver em 2013, no encerramento do
Imaginarius, uma mega produção com macro-estruturas e com carimbo feirense
(sim, sei que com o know-how adquirido é possível fazer-se e com grande
qualidade) e com o selo Caixa das Artes.
Por outra lado, porque não explorar os últimos ensaios das
produções originais, com o selo de ensaio aberto, dinamizando um maior número
de noites pré-festival. À semelhança do que em tempos já foi feito, por exemplo
com o Texturas?
iii) Animação de Rua
Um dos pontos negativos desta e de outras edições. Esta vertente
nunca foi devidamente explorada, mas quando apostamos num festival com menor
número de projectos grandiosos a animação circulante é fundamental. Este ano
contamos com apenas um projecto circulante, a somar aos auto-convidados e à fabulosa
animação de alguns dos ardinas Imaginarius.
Um ponto passível de melhora futura.
iv) Grelha de Progamação
Um dos problemas mais antigos do Imaginarius prende-se com
as alterações de última hora. No Imaginarius, ao contrário de outros eventos,
como a Viagem Medieval ou a Terra dos Sonhos, o visitante (pelo menos grande
parte) define percursos antes de chegar a Santa Maria da Feira, pelo que
qualquer alteração possa criar insatisfação e complicações. Nesta edição o
problema continuou patente. Obviamente que se compreende que com o cancelamento
forçado dos espectáculos da companhia Cirque Hirsute, o outro espectáculo do
Tribunal ficaria isolado, daí que a alteração para o Rossio e o atraso de uma
hora motivado por outros projectos até possa ser minimamente compreensível. Mas
o mesmo não se pode dizer das alterações múltiplas no teste da tarde de
Domingo. Falamos de alterações mínimas de 15 minutos, com antecipações e
atrasos, mas a este nível tudo isso deverá ser evitado.
Um outro ponto prende-se com a continuidade a programação
entre a tarde e a noite, especialmente ao Sábado. Como já tinha sido patente
noutras edições, entre as 19h e as 21h são centenas, senão milhares, os
visitantes que continuam no recinto do Imaginarius sem que haja qualquer
apresentação. Vão-se entretendo com ensaios e testes até que chegue a hora das
apresentações. Um ponto a reequacionar… e até uma simples animação circulante
poderia minimizar este efeito.
Deixo ainda a sugestão para que o conceito da música de rua
possa ser explorado em próximas edições. O efeito conseguido com o pequeno
concerto na tarde de Domingo, nesta edição, deixa patente a pertinência do
conceito. E nesta onda de parcerias, porque não uma extensão do projecto “Música
na Rua”, do Metro do Porto?
v) Mercado de Rua
Poucas palavras serão necessárias para descrever uma aposta
mais do que ganha.
vi) Concerto de Encerramento da Noite de Sábado
Desde sempre apoiei este conceito que há algum tempo estava
perdido. De qualquer forma acredito que no Imaginarius seja possível ir mais
além. Porquê fazer apenas um concerto? E que tal conceber algo Imaginarius para
acontecer em paralelo? Uma projecção interactiva num edifício, uma estrutura
cénica alternativa, voltar a mascarar o centro histórico… múltiplas
possibilidades poderão ser equacionadas.
vii) Criações Imaginarius
Não poderei pronunciar-me a 100%, até porque não tive
oportunidade de assistir ao produto final de duas das cinco criações desta
edição. De qualquer forma, parece-me que a componente comunitária se apoderou
em demasia deste conceito. Por outro lado, a nível de projectos profissionais
ou profissionalizantes, nada temos para apresentar.
Uma vez mais, a Caixa das Artes será fundamental neste
âmbito. Mesmo sem o espaço físico definitivo, a estrutura terá condições para
começar desde já a funcionar, podendo associar-se a companhias locais, ou não,
para produzir projectos originais. Penso que está na altura de em paralelo
podermos observar projectos em que haja mais espectáculo e grandiosidade
cénica, em detrimento do número de participantes (olhe-se para o conceito dos
Xirriquiteula na tarde de Domingo, em que 5 pessoas conseguiram mais espanto do
que centenas em alguns dos espectáculos nocturnos). Isto, sem impossibilitar a
continuidade do excelente projecto comunitário fruto da parceira entre o
festival e várias entidades neste domínio.
Como nota final, deixo uma avaliação plenamente positiva
desta edição, com pontos passíveis de melhora e, obviamente, com sugestões para
que sustentadamente o festival possa crescer e deixar apenas de ser uma marca
internacional, para que possa ser verdadeiramente activo nas parcerias com
outros festivais e entidades em Portugal e no Mundo.
Ainda um pormenor, a designação. Para quando o Imaginarius –
Festival Internacional de Artes de Rua de Santa Maria da Feira? Há muito que o
teatro deixou de ser rei de um festival que é aberto a todas as actividades
artísticas apresentadas no espaço público.
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